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Jovem Guarda

Boa tarde para todos! Selecionamos este artigo em homenagem ao dia do Rock, como hoje é sexta-feira, nada melhor do que relaxar (e aprender) com um bom estilo de música!

Tenham um ótimo fim de semana e até o próximo post!

Fernanda Abreu

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A Jovem Guarda

Por Fernando Rosa

Em meados dos anos 1960, um “movimento” explodiu no Brasil, mobilizando a juventude nacional como jamais ocorrera na história cultural do país. Na onda mundial da beatlemania, a jovem guarda, no entanto, tinha uma cara própria, com signos, conceitos e musicalidade especial. Assim como os Beatles e seus seguidores, Roberto e Erasmo Carlos e sua turma inspiraram-se nos mesmos heróis do rock ‘n’ roll dos anos 1950 para produzir um repertório particular. Se os fab four tiveram sua escola nos bares de Hamburgo, na Alemanha, os dois, mais Tim Maia, Jorge Ben e o tecladista Lafayette, entre outros, formaram sua base na “turma do Matoso”, que se reunia na esquina da rua Haddock Lobo com a Matoso, no Rio de Janeiro. E em grupos praticamente ignorados, como Os Terríveis, The Sputniks e The Snakes.

Em 1965, os Beatles haviam tomado o mundo de assalto com o filme A Hard Days Night, enquanto, no Brasil, Roberto Carlos já era um sucesso nacional com hits como Parei na Contramão, É Proibido Fumar e O Calhambeque. É nesse contexto que estreou, em 22 de agosto daquele ano, o programa Jovem Guarda, comandado por ele, Erasmo Carlos e Wanderléa, na TV Record, sediada em São Paulo. Com o nome inspirado numa máxima do revolucionário soviético Vladimir Lenin – “O futuro pertence à jovem guarda, porque a velha está ultrapassada” –, por sugestão do publicitário Carlito Maia, o programa atingiu 90% de audiência na pesquisa do Ibope logo nas primeiras semanas. Com a MPB refém do tradicionalismo, o programa acertou em cheio a jovem alma nacional sedenta por integrar-se àquele mundo de novidades.

Projetado por uma empresa de publicidade, o programa Jovem Guarda, ironicamente, surgiu como uma alternativa para ocupar a grade de programação da TV Record no lugar da transmissão dos jogos do Campeonato Paulista de futebol, que havia sido proibida. Também fruto da circunstância, o programa acabou sendo apresentado por uma trinca de amigos, com uma menina descolada, ideia perfeita para a época, e diferente do plano original – e tradicional –, de apresentar a dupla Roberto & Celly Campello (a cantora não aceitou a proposta). Era ainda para ser chamado de Festa de Arromba, na carona do hit de Erasmo Carlos, mas os próprios músicos advertiram que a passagem do sucesso enfraqueceria seu nome.

Jovem Guarda também inaugurou no país uma inédita indústria de merchandising, com venda de vestuários e de bonequinhos, entre outros produtos, e também estimulou o surgimento de uma rede de publicações. A principal delas foi a revista Intervalo, da editora Abril, voltada para o mundo da televisão, distribuída semanalmente em todo o país, depois de circular apenas em São Paulo e Rio de Janeiro. A revista Melodias, subtitulada “A revista da mocidade”, também nasceu em meados da década com o mesmo foco, enfatizando a música jovem. Importante, mas com menos peso, a Revista do Rock, surgida na década anterior, era editada pela jornalista e compositora Janete Adib.

Em 1966, com o sucesso do programa, a TV Record organizou o Festival de Conjuntos da Jovem Guarda, com eliminatórias em diversas regiões do país, que mobilizaram milhares de grupos e intérpretes. Na final, realizada em São Paulo, sob o comando de Roberto Carlos, classificou-se em primeiro lugar o grupo paulista Loupha, com o cover de I Can’t Let GO, dos ingleses The Hollies. Em segundo lugar ficou o grupo gaúcho Os Cleans. Já o primeiro colocado entre os intérpretes foi o mineiro Vic Barone. Nessa época, a TV Record contratou o cantor Ronnie Von, o “príncipe” da jovem guarda, e colocou seu programa aos sábados à tarde, o que para muitos era uma estratégia de “congelar” um possível concorrente para o “rei”. Com os artistas priorizando a participação no programa Jovem Guarda, o programa O Pequeno Mundo de Ronnie Von acabou limitando-se a apresentar e revelar artistas de “garagem”, entre eles Os Mutantes.

Outros programas surgiram e, junto com eles, centenas, milhares de compositores, intérpretes, duplas e grupos, em todos os estados do país, que tiveram mais ou menos sucesso em sua carreira. Entre os principais, Renato e Seus Blue Caps, Os Incríveis, Sérgio Reis, The Fevers, Wanderley Cardoso, The Golden Boys, Eduardo Araújo, Os Vips, Ronnie Von, Silvinha, The Brazilian Bitles, Vanusa, Jerry Adriani, Martinha, Lafayette, Getúlio Cortes e Fred Jorge. Algumas cenas regionais se destacaram, particularmente a de Minas Gerais, com sede em Belo Horizonte, com o selo Paladium, responsável pela edição de diversos compactos e LPs de artistas locais. Read the rest of this entry »

 
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Publicado por em 16/07/2010 em Arte e Cultura

 

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